Tradução para o francês de Beatrice Tanaka
Coleção Vargem Grande, n. 3
ISBN 978-85-7740-131-4
2012, 1ª edição, 96 p., 21 x 28 cm
DESCRIÇÃO:
O quarto retorno ao país natal, deixado aos quatro anos de idade, é o contexto em que se decantam estas impressões de Flavio-Shiró sobre o Japão, sua cultura e seu povo. Instantâneos temperados pelas circunstâncias de sua vida franco-brasileira, deixam aflorar a persistência imemorial do que se transmite de uma geração a outra. Acompanhadas de impressões de outra natureza, monotipias cujas estampas se valem tanto do que cores iluminam quanto de sombras infensas ao que se quer logo compreender, ocasionam a beleza de uma desesperança consentida, no sentido do que se passa, e não do que se perde.
É preciso não só fôlego, como também a respiração suspensa para tatear com os olhos umas e outras, igualmente espontâneas. Flavio-Shiró revisita a sua infância – cerejeiras em flor, banhos quentes, baiacus preparados para os comensais, máscaras brancas, a saudação respeitosamente trajada –, e assim se despertam, no fundo de sua memória, “as serpentinas lançadas, o uivo do navio, a banda, o adeus...”, impulsionando-o a mais uma viagem, estremada pelas gotas de chuva que vertem nas janelas do ônibus que o leva de volta ao aeroporto.
Causa surpresa que momentos assim pareçam raros nos dias que correm. Eles não o são. A ação das palavras sobre nossos corpos, inclusive em sua ausência sonora, dá margem a acontecimentos que, vez ou outra, refazem o que vive em nós. O sorriso de uma criança continua a anunciar a aurora de nosso mundo, bífido mundo, sempre a descoberto. — Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos
Flávio-Shiró
Artista plástico. Nascido em Sapporo, no Japão, em 1928, chega ao Brasil em 1932, instalando-se com sua família no Pará. Após mudar-se para São Paulo, começa a pintar nos anos 1940. Na década seguinte, sua obra se volta para a abstração, com ênfase no gesto e na matéria. Estabelece residência na França e, a partir dos anos 1980, divide sua atividade pictórica entre o Rio de Janeiro e Paris.
Amostra ¯
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência em nosso site. Para saber mais acesse nossa página de Política de Privacidade