2016, 1ª edição, 400p., 16 x 23 cm
DESCRIÇÃO:
Os nove textos aqui reunidos abordam diversos aspectos relacionados à imigração alemã no Brasil. Trata-se de assunto amplamente debatido e analisado desde meados do século XIX, quando o governo brasileiro deu continuidade ao projeto de colonização do país, valendo-se do assentamento de estrangeiros para o abastecimento alimentar e a consolidação das fronteiras em regiões de baixa densidade populacional. Iniciado em 1818 e interrompido em 1830, esse projeto foi retomado em 1845 e prosseguiu na República, no intuito de povoar terras devolutas e localizar imigrantes europeus em pequenas propriedade familiares dedicadas à policultura.
Os alemães desempenharam importante papel nesse modo de ocupação territorial e constituíram a maioria dos imigrantes nas áreas coloniais até 1875. Sua inserção em terras brasileiras, todavia, foi igualmente significativa em diferentes cidades, entre as quais Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Em ambos os casos, acabaram formando-se subsistemas culturais distintos da sociedade brasileira, que respaldaram uma identidade teuto-brasileira fundamentada em princípios étnicos de dupla pertença, conflitantes com o acirramento do nacionalismo brasileiro na primeira metade do século XX.
Integram o livro duas resenhas bibliográficas sobre uma produção heterogênea e interdisciplinar a respeito desse processo imigratório; cinco textos acerca da dimensão cultural da teuto-brasilidade e de seus desdobramentos históricos, com ênfase em questões relacionadas à etnicidade e à identidade, bem como em seus contornos práticos e simbólicos; e dois trabalhos voltados para os conflitos fomentados por ideologias étnicas e nacionais de dissenso ocorridos em Santa Catarina no início do século XX, com repercussões no campo político.
Giralda Seyferth
Doutora em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo. Foi professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Autora de A colonização alemã no Vale do Itajaí-MIrim (1974), Nacionalismo e identidade étnica (1982) e Imigração e cultura no Brasil (1990). Faleceu em 2017.
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
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