Todo mistério tem dono!: | ritual, política e tradição de conhecimento entre os Pankararu || Claudia Mura
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R$ 85,00
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ISBN 978-85-7740-135-2
2013, 1ª edição, 368 p., 16 x 23 cm, ilustrado
DESCRIÇÃO:
Não se trata aqui de um esforço para compreender os indígenas em uma alteridade evidente e a priori, tal como ela é exibida aos visitantes nas maravilhosas celebrações das máscaras e na materialização de entidades religiosas que, já ao primeiro olhar, remetem a uma outra cosmologia. O trabalho de Claudia Mura toma decididamente outra direção, assumindo como seu foco justamente aquilo com o que a literatura etnológica lida com tanta dificuldade: as zonas de contato, nas quais instituições e performances nativas surgem ao pesquisador misturadas com outras que parecem de origem exógena. A palavra sincretismo, no entanto, usada como tanta frequência e de modo inadequado como uma categoria analítica, e que carrega consigo um forte apelo essencializador, aqui não terá mais lugar.
É a questão dos fluxos e tradições culturais – espaço privilegiado dos processos de ressemantização, das duplicidades e sobreposições de significado, das ambiguidades e indeterminações (apenas resolvidas pela análise da praxis e das especificidades de contextos) – que constitui o centro de sua etnografia. Longe de buscar uma suposta autenticidade em seu objeto de pesquisa, a narrativa de Claudia Mura tem como rumo perceber como os Pankararu podem ser igualmente índios e sertanejos, praticando tanto o ritual do praiá quanto integrando as irmandades de penitentes, componentes igualmente importantes da tessitura do coletivo que constituem.
Claudia Mura
Graduada (2002) em Letras pela Sapienza, Univerisità degli Studi di Roma, mestre (2007) e doutora (2012) pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na década de 1990, realizou pesquisa em Chiapas, no Sudeste mexicano, em torno das mobilizações políticas dos indígenas zapatistas. Durante o mestrado, sua atenção se dirigiu à análise das exposições no Museu dos Índios do Amazonas, localizado em Assis, na Itália, e gerenciado por frades capuchinhos. Desde 2008, desenvolve pesquisa no Nordeste brasileiro, especialmente com o grupo indígena Pankararu em Pernambuco.
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
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