Coleção Janus, n. 3
ISBN 978-85-87184-32-6
2005, 1ª edição, 192 p., 14 x 21 cm
DESCRIÇÃO:
Este livro surpreenderá o leitor em muitas de suas qualidades: a originalidade com que são tecidas as relações entre literatura e psicanálise; seu modo delicado de desfazer velhos problemas que contribuíram mais para confundir que para evidenciar a fecundidade e a singularidade de cada um desses campos – por exemplo, a tendência, inaugurada pelos surrealistas, de atribuir ao trabalho literário valor analítico –; e a forma por meio da qual são abordados textos literários, de modo que esta, mais que interpretá-los em nome de uma teoria ou mito qualquer, preserva a função da leitura e o seu poder de (re)velar a verdade.
Nadiá Paulo Ferreira se vale de um fio condutor para traçar os caminhos por onde se cruzam esses dois modos discursivos que têm em comum as práticas da fala e da escrita: as três paixões do ser, às quais Jacques Lacan se refere em seu primeiro Seminário. Vale precisar, no entanto, que a opção por tal recurso não é apenas alusiva e, por isso mesmo, não se presta aos vícios do emprego forçado de teses lacanianas e de sua repetição cega. Evidenciam-se as sensibilidades teórica e estética da autora, ambas cultivadas ao longo de sua trajetória como psicanalista e estudiosa da literatura, e que aqui estão testemunhadas por seu empenho em empreender ema longa e diligente explicitação dos fundamentos do núcleo de suas argumentações.
De um lado, essa fundamentação é generosamente oferecida por meio de uma exegese dos conceitos psicanalíticos de pulsão, desejo, traço unário, ideal do eu, eu ideal, supereu, das DIng e gozo, entre outros, todos imprescindíveis à abordagem da três formas de identificação de que resultam os modos com que o amor se manifesta. De outro, sobressaem-se entre as referências literárias presentes O banquete, de Platão, representando a percepção moderna sobre o amor, e dois textos da escritora portuguesa Ana Hatherly, O mestre e Tisanas, utilizados como ponto de fuga do mito do amor. Entretecidas nesse diálogo, decantam-se então novas possibilidades de apreensão das relações entre amor, ódio e ignorância, conferindo a este trabalho grande importância no campo psicanalítico atual. — Laéria Fontenele
Nadiá Paulo Ferreira
Psicanalista. Membro do Corpo Freudiano Seção Rio de Janeiro. Professora titular de Literatura Portuguesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Dedica-se há muitos anos ao estudo do amor e de suas relações com o desejo e o gozo. Autora de Poesia barroca: antologia do século XVII em literatura portuguesa (2000) e A teoria do amor (2004), além de vários artigos publicados em periódicos e coletâneas nacionais e internacionais.
Sumário ¯ Apresentação ¯
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência em nosso site. Para saber mais acesse nossa página de Política de Privacidade